O Boné do Bufão
     
Foi um livro que escrevi para falar sobre o desenho de humor, da caricatura e da razão do   processo do riso analisando vários autores desde a da  Comédia Grega à Charles Baudelaire em seu livro sobre a Essência do Riso. Um apanhado de desenhos de amigos, pesquisa             histórica sobre o desenho de humor e caricatura, fazendo uma análise do que é a charge.           A capa é de Rebeca Acco
         


           Uma das primeiras caricaturas que se tem referência. Papíro egípcio do Museu de Turim
           
           A primeira caricatura do Brasil de Araújo Porto Alegre
           
           "Na caricatura, muito mais que nos demais ramos da arte,há dois tipos de obras preciosas e recomendáveis, por razões diferentes e quase opostas. Umas não valem senãopelo acontecimento que representam. Elas merecem, sem dúvida, a atenção do historiador, do arqueólogo e até mesmo do filósofo e devem ocupar um lugar nos arquivos nacionais, entre os registros biográficos do pensamento humano. Como as folhas soltas do jornalismo, elas desaparecem, levadas pelo sopro incessante que traz folhas novas."
            Charles Baudelaire em Sobre a Essência do Riso.
           

           Leonardo da Vinci também "brincou" com acricaturas
           

           "O francês Honoré Daumier, em 1834, quando transformou o rei Luís Felipe em enorme pêra nas páginas de La Caricature, soube evidenciar melhor do que qualquer outro o absurdo e a ridícula decadência da velha ordem restaurada. Chargistas e caricaturistas, portanto, descendem de uma nobre estirpe de artistas militantes."
           O imortal Mário Pereira no meu livro humor diário.
           

           Charge (Fr) s.f. Representação pictórica, de caráter burlesco e caricatural, em que se satiriza uma idéia, situação ou pessoa (Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa) Charge [sarz],1) s.f. a) carga; b) cargo; c) fardo, carregamento; d) culpa; e) ataque, assalto (de cavalaria); f) imposto; g) mec. cilindrada; h) crítica alegre, caricatura etc (Dicionário de Francês-Português) Charge. f. Desenho ou caricatura que satiriza um fato específico, em geral político, que é de conhecimento público. (Dicionário Essencial da Língua Portuguesa)

A última definição parece a mais apropriada, uma caricatura ou sátira de um fato específico e de conhecimento público é fundamental para sua compreensão, mas vale pela definição do Francês-Português na forma de carga, ataque, assalto (de cavalaria), pois é rápida e eficiente, atinge diretos no queixo, ganchos no fígado e pode ser letal. E a primeira definição do conceito do burlesco, caricatural, a sátira do nosso dia a dia, de situações ou pessoas.

             

          “Em As Aventuras de Nhô Quim, aproveitava-se das desventuras de um caipira rico, ingênuo, trapalhão e exilado na Corte pela família para tecer uma sucessão de críticas irreverentes aos problemas urbanos, modismos, costumes sociais e políticos da época. Comerciantes, imigrantes, artistas, prostitutas de luxo, candidatos, eleitores, autoridades e até um ou outro jornalista e caricaturista desafeto de Agostini, é censurado nessa série de incidentes jocosos”

           As Aventuras de Nhô-quim & Zé Caipora, Athos Eicheler. Senado Federal, 2002.

           

         
            Sei lá porque estão quase pelados, é uma imagem das comédias gregas, e dizem que daí nasceu o conceito de que " de bêbado não tem dono", faz sentido
🙂

"Dois bêbados usando máscaras e trajes grotescos se ajudam um ao outro. Marcadas por um humorismo à altura do espectador comum, as comédias eram às vezes peças de crítica social contundente e incisiva.

pag. 160. Biblioteca Universal Life - Grécia Clássica - Bowra, C.M.

             Livraria José Olympio Editora, Rio de Janeiro - 1969"

           

             Essa informação estará em O Boné do Bufão 🙂

Até 1860 nenhum periódico ilustrado havia atingido vida longa ou tido grande alcance. Uma nova fase na imprensa ilustrada do Segundo Reinado surge somente com o aparecimento da Semana Illustrada (1860-1876). Essa publicação conseguiu permanecer no mercado por dezesseis anos. Apreciada pelo público leitor, como informa Herman Lima, acredita-se que na década de 1860 nenhuma revista tenha se igualado à Semana Illustrada, com oito páginas, sendo quatro de desenhos e em formato seguido pelas demais publicações do gênero
             (Angela Cunha de Motta Telles, 35, )

           

           Estava em pleno andamento com esse trabalho sobre desenho de humor e a charge, do livro o Boné do Bufão, sua importância e seus processos de como estruturar um desenho e me deparo com a notícia dada no Facebook, por Ricardo Manhaes - quadrinista brasileiro que morou na França nos anos 2000 -, de que a revista francesa Charlie Hebdo sofreu um ataque terrorista e morreram assassinados covardemente 12 pessoas, sendo que quatro de seus maiores desenhistas e ícones do desenho de humor da atualidade, inclusive Wolinski, criador de Paulette, um dos precursores dos quadrinhos eróticos europeus e mundiais, de quem eu era fã.

Aos poucos a ficha vai caindo junto com as notícias, até então desencontradas, o panorama vai se formando ao longo daquele dia de Sete de janeiro, a perplexidade vai tomando conta do mundo e me fazendo refletir sobre a difícil função da charge. Já vinha pensando sobre sua complexidade no começo dessa pesquisa quando lembrava da revista, também francesa, La Caricature (1830) e seus irreverentes desenhistas, os principais deles, Honoré Daumier e Charles Philipon, em uma época que o rei era tudo e o todo poderoso, e que nem a ele perdoavam, fazendo de Luis Felipe de Orleans uma de suas vítimas, pagando algumas vezes até com prisão, mas não se intimidavam.

Tem os franceses sim, uma longa tradição em charges, assim como nos quadrinhos os maiores desenhistas começam lá, os famosos desenhistas de humor com seus traços tão peculiares conhecidos como franco-belga do Asterix, de Uderzo e Goscinny, ou Tintim, de Hergé, assim como a revista Heavy Metal é originada da Metal Hurlant de onde surgiram ícones como Moebius entre tantos outros... e com essa imensa história de passado, nos tempos contemporâneos, em 1970, começa a circular a Charlie Hebdo que faz do presente, em um momento que o mundo vive uma crise de identidade, um chamado para a liberdade de expressão.

           

           Mas é na entrada do século XX, com a popularização do jornais, principalmente nos Estados Unidos que o desenho de humor ganha grande impulso, tanto que desde sua origem como até hoje o termo Comic é sinônimo de histórias em quadrinhos, recentemente tendo se diferenciado como Grafic Novel para designar quadrinhos adultos e como registra Álvaro de Moya:

Mas foi com o boom da imprensa americana, a luta Pulitzer vs. Randolph Hearst (vulgo Citizen Kane), que os suplementos dominicais coloridos surgiram, acompanhando os jornais, na figura de Yellow Kid (o Menino Amarelo), com seu panfletário camisolão amarelo, desenhado por Richard Fenton Outcault no New York World, de 1895.

Os editores notaram que o público preferia os textos com imagens e a possibilidade de lançar jornais coloridos aos domingos levou-os a encomendar máquinas especiais.

Dizem que, quando o World instalou uma impressora em cores, em 1893, um dos técnicos do jornal, Benjamin Bem-day, se encaminhou à prancheta do ilustrador e pediu pra testar a cor amarela naquele camisolão. Nesse momento histórico, nasciam duas coisas importantes: os comics como o concebemos hoje, com personagens periódicos e seriados; e o termo “jornalismo amarelo” para designar a imprensa sensacionalista, em busca do sucesso fácil com o grande público. Na verdade tratava-se nada mais nada menos, do que uma reação de conservadores que temiam a divulgação dos fatos de maneira massiva, através de uma imprensa cada vez mais popular, cada vez mais ao alcance de todos.

           


           É uma época de nascerem os "desbravadores" de um novo conceito de arte popular graças á imprensa que surgia, e aparecem grandes caricaturistas como J. Carlos, o maior nome do período, dono de uma produção rica tanto em traço como domínio de temas, crítica de costumes, muito comum na época, como caricaturista e chargista político, registrando praticamente todos os que, no período, eram dignos de serem caricaturados. Os desenhos são sofisticados e o traço, não fossem as roupas e ambientações, é moderno até hoje, limpo e objetivo. Seu desenho tem uma grande influência da art deco, é estilizado com originais desenhados à lápis recebendo a finalização em bico-de-pena.
           

            Existem atividades que são muito masculinas, tanto que no universo de caricaturas e charges, assim como em histórias em quadrinhos a presença dos homens é maciça, nas HQs, até hoje presente é a criadora de Luluzinha (Little Lulu), de Marjorie Henderson Buell, conhecida como Marge, em 1935 nos Estados Unidos da América.

No Brasil a pioneira nesse campo do desenho foi Nair de Teffé (Petrópolis, RJ,1886/Niterói, RJ,1981), que assinava como Rian, Nair de trás pra frente e que em Francês significava “nada”, embora com formação nas melhores escolas e professores de arte na França, mesmo contra gosto da opinião do pai, o Barão de Teffé, se dedicou às caricaturas.

             


             Já no início dos anos de 1900 começavam a surgir revistas específicas como a Tico-Tico (11 de outubro de 1905) cujo modelo era o da revista francesa La Semaine de Suzette com personagens de muito sucesso como Reco-Reco, Bolão e Azeitona, criações de Luiz Sá.

Em 1939 surge a Revista Gibi publicada pela Rio Gráfica editora, pertencente ao grupo O Globo, como concorrente da Revista Mirim de Adolfo Aizen (por muitos considerado o pai dos quadrinhos nacionais). O nome Gibi passou a ser sinônimo de quadrinhos, praticamente até hoje revistas em quadrinhos ainda são denominadas de Gibi. por algumas pessoas de mais idade e a tradição ainda vai se cultuando, até porque muito livros ainda tratam quadrinhos como Gibis.

             

              No fim dos anos de 1970 a Editora Ebal lança a Revista de humor Klik, uma publicação aos moldes da revista Mad americana só que ao invés de satirizar filmes, o foco são programas de televisão e novelas, mais compatível com nossa cultura, a publicação se caracteriza pela qualidade de seus desenhos e textos, com profissionais do estúdio CRC - Carlos Chagas, Roberto Azevedo e Cláudio Almeida. Era uma rara iniciativa de Adolfo Ainzen que só apostava em quadrinhos mais tradicionais.

             

              Nos anos de 1970 a imprensa gaúcha tem duas grande empresas: a RBS (Rede Brasil Sul) e a Caldas Júnior, essa última mantinha os jornais Correio do Povo e Folha da Tarde, o primeiro matutino; o outro, vespertino. Breno Caldas cria então a Folha da Manhã, um jornal mais jovem, com uma proposta mais inovadora e em suas páginas, aos sábados Santiago e Edgar Vasquez criam o Quadrão, uma página para novos cartunistas, chargistas e inclusive talentos que quisessem se aventurar em textos de humor para publicarem seu material. A ideia foi sucesso e de uma passou para duas páginas, de onde surgiram muitos desenhistas naquele espaço (inclusive eu 🙂 ) Esse cartum foi publicado naquele período, em 1974.

               

              Em Santa Maria, então chargista do Jornal O Expresso, em 1979, crio a Revista Quadrins (com quatro gloriosas edições), na seqüência com a adesão de Byrata Lopes que também é o criador de Xirú Lautério, com um humor regionalista e desenho bem característico com grande domínio de detalhes regionais desde a indumentária até utensílios locais.
               

             
              O Amigo da Onça, criação de Péricles de Andrade Maranhão, para a Revista O Cruzeiro, onde um personagem satírico e irônico cria um sinônimo para um indivíduo que gosta de embaraçar e sacanear seus interlocutores.

Ninguém nunca viu e nem verá um empresário de cartola, mas no humor ele está lá, poderoso com um charuto fumegando na boca e um sorriso cínico cheio de dentes, padres de batina só vê em cultos dominicais, mas no humor está perfeitamente caracterizado e ainda com uma rodela careca no topo da cabeça.

             

             
              Para desenhar humor escolha o seu biotipo, observe as pessoas, suas posturas, manias e características físicas e crie um universo bem pessoal, talvez perca alguns amigos, mas o divertimento está garantido.

             

             
             Pois então, a primeira parte foi, acabou a redação e estruturação do livro, agora vem a revisão de texto e gráfica, hifenização e essas coisa que a gente tem de fazer. Está bem divertido esse trabalho. Deixo hoje uma caricatura feita pelo Sussumu, aluno do Design

             

                 Se no desenho de humor mais caricato o foco é o indivíduo, o estereótipo a ser caricaturado onde muitas vezes o cenário pode ser um sofá e uma mesinha de centro em frente a uma televisão para representar uma sala, no desenho infantil é necessário o ilustrador partir para uma pesquisa maior, buscar imagens que possa usar como referência e fazer seu painel semântico, estudar a arquitetura muitas vezes, indumentárias e paisagens locais.

O antropomorfismo (atribuir características humanos em deuses, animais ou até elementos da natureza) é um recurso muito usado, no caso da universo de Regina Carvalho, que cria um mundo em torno de um brejo onde vivem seus sapos, esse recurso é usado para que as crianças possam se identificar com a história.

                 

                 
                  As alterações vão acontecendo durante o processo do desenho, o ideal são muito esboços e estudos, pesquisar as expressões em mais de uma foto, de perfil, frente, observar muito o caricaturado, sentir seus cacoetes expressivos. No momento que “capturar o olhar” (que dizem ser a janela da alma), o desenho está ganho, aí é correr para o abraço, brincar, exagerar. Observe no final como as bochechas foram aumentadas, o nariz passou por cima da boca, as sobrancelhas extremamente arqueadas reforçando as características do personagem. Poderia ter ficado melhor? Com certeza, mas tem o momento que se deve parar, o objetivo foi atingido que era servir como exemplo, então é partir pra outro trabalho.

                   

                  Uma boa análise do caricaturado é essencial
                 

                  “Não existe humor a favor” é uma máxima que se tornou popular, no Brasil, a partir do Pasquim, mas é uma ideia universal. Que é complementada pela frase que o Millôr Fernandes cunhou: “Jornalismo é oposição, o resto é armazém de secos e molhados”. Talvez por isso o cartum, a charge, a caricatura estejam tão ligados ao jornalismo, a ponto de serem consideradas “de casa” nos veículos sérios de comunicação jornalística. Em qualquer plataforma.

Com essas palavras, e outras tantas mais  , Cesar Valente apresenta O Boné do Bufão. Um orgulho contar com ele. Obrigado

                 

                A definição do forte em Obelix está em seu tronco, é grande, os braços são grandes, mas as pernas pequenas e finas em um forte contraste, e muito agradável, com o todo. Já Gerard Depardieu ficou excelente como Obelix, da cintura para cima, pois as pernas humanas quebraram a harmonia da proporção, desequilibrando com seus contrastes e variações de formas como no Obelix desenhado, caricaturado, pois a percepção visual de quem vê o desenho já tem o conceito do forte do todo apenas no detalhe.

E o conceito para a estrutura do desenho de humor, agora em se tratando do corpo, vale o mesmo em relação ao rosto: se o tronco é estruturalmente grande, aliviar os membros inferiores, braços finos, mãos grandes, braços fortes, mãos que terminam menores, sempre na busca dos contrastes, sempre lembrando que é humor, a possibilidade do re-desenho de um corpo e deixá-lo mais engraçado.

                 

                 O Diário Catarinense também passa a usar caricaturas coloridas ou em preto e branco, tanto na primeira página do jornal como em capas de produtos, como os cadernos de Economia, de Variedades, de Esportes. Muitas vezes isso também ocorria em suas páginas internas, nas edições diárias. Essa ilustração/charge foi para uma matéria especial de política, das relações Brasil e Argentina caricaturando Sarney e Alfonsin.

                 

                 Capa do Caderno de Economia do Diário Catarinense que circulava aos domingos. Ilustração ainda pintada com tinta ecoline e desenhada com nanquim .

                 

                 Capa do Caderno de Economia, de Kiko Novaes, para o Diário Catarinense
                 

                 Na minha experiência como professor do Curso de Design da UFSC, onde mantenho uma disciplina de Caricatura e Desenho de Humor, como optativa, percebo de como esse exercício do desenho caricaturado ajuda a evolução do aluno. (Caricatura de Marina Pinho)

               

                 

                 Na caricatura do Dr. House, o aluno exagerou a forma alongada do rosto do personagem, dando evidência à testa e aprofundando os olhos, nesse caso a sombra bem estruturada permitiu a profundidade do olhar, característica forte do ator, assim como a estrutura óssea do rosto, salientando os zigomas com uma sombra também intensa, reforçando a ideia de volume. Caricatura do aluno Juan Viríssimo

                 

                  Histórias de grandes caricaturistas como Thomas Nast está em O Boné do Bufão." Um dos casos mais representativos do poder dos desenhos de humor é o caso de Thomas Nast vs. Tammany, que se deu quando um chargista, em meio a uma Nova Iorque povoada por analfabetos, enfrentou William M. Tweed, ou simplesmente o Chefe Tweed, um dos líderes políticos mais corruptos da história daquela cidade."

               

                 A caricatura de José Mujica, ex-presidente do Uruguai, tem duas cabeças de altura. Mesmo tão simplificada, houve uma curvatura lateral da coluna para não deixar o desenho estático demais, a cabeça inclinada de Mujica é uma de suas características. Este é um desenho digital, feito em uma Cintiq.

Esse desenho está em O Boné do Bufão

                 

                 O Boné do Bufão é um livro sério, mas tem coisas divertidas nele

                 

                 Nada se faz sozinho, essas foram algumas pessoas que ajudaram a formatar o livro com seus trabalhos e opiniões.

                 

                  As alterações vão acontecendo durante o processo do desenho, o ideal são muito esboços e estudos, pesquisar as expressões em mais de uma foto, de perfil, frente, observar muito o caricaturado, sentir seus cacoetes expressivos. No momento que “capturar o olhar” (que dizem ser a janela da alma), o desenho está ganho, aí é correr para o abraço, brincar, exagerar. Observe no final como as bochechas foram aumentadas, o nariz passou por cima da boca, as sobrancelhas extremamente arqueadas reforçando as características do personagem. Poderia ter ficado melhor? Com certeza, mas tem o momento que se deve parar, o objetivo foi atingido que era servir como exemplo, então é partir pra outro trabalho.

                 

                 A charge não é apenas o exercício do desenho, mas de um conjunto que se estrutura pela informação do todo, do cotidiano. O Congresso Nacional é um dos nossos grandes símbolos e passivo de múltiplas interpretações e representações. Infelizmente, o que deveriam ser charges, críticas do momento, se tornam cartuns, a charge de três décadas atrás, até hoje são atuais, o que era ruim continua e cada vez mais atual.

                 

                 O chargista tem que ter consciência que conta uma história do nosso dia a dia: seu desenho é apenas um fotograma de um enredo no qual cabe a ele fazer graça e aliviar um tema, no mínimo polêmico. Esse tema precisa ser forte o bastante para estar em seu espaço, deve estar, de preferência, na “boca do povo” para que sua crítica tenha uma compreensão imediata.

                 

                  Em uma edição de aniversário do Diário Catarinense, em conversa com o editor da página e diagramação, quebramos o formato tradicional e um dos elementos do desenho vazou do espaço tradicional. Surpreender eventualmente é bom.